De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o ceratocone atinge cerca de 20 mil pessoas no Brasil e é o principal responsável pelo transplante de córnea no país. Durante muitos anos, o tratamento da doença foi precário. Nos últimos 20 anos, entretanto, a medicina evoluiu muito nesse quesito. Assim, atualmente, é possível realizar cirurgias para a resolução do problema.
O objetivo deste texto é explicar mais detalhes dessa rara doença e mostrar como funciona a cirurgia de ceratocone. Acompanhe e esclareça suas dúvidas.
O que é o ceratocone?
O ceratocone é uma doença que atinge a córnea, fazendo com que ela se projete para frente, formando um cone. Isso impede que as imagens sejam formadas com nitidez, além de elevar o grau de astigmatismo e miopia.
Diferentemente da maioria das doenças oculares, o ceratocone atinge, na maioria, pessoas entre os 10 e 25 anos. Ainda não se sabe ao certo o que causa a enfermidade, mas sabe-se que pessoas alérgicas, que costumam coçar os olhos, estão mais suscetíveis a desenvolvê-la. Além disso, pessoas com síndrome de Down ou com alterações oculares congênitas também têm maior chance de contrair a doença.
Os sintomas do ceratocone variam de acordo com o estágio da doença. Os sinais mais comuns são perda progressiva da visão, aumento do grau dos óculos, fotofobia, dificuldade de enxergar a noite, bem como visão dupla e outros.
Tratamento do ceratocone
Nas fases iniciais da doença, o tratamento mais indicado é o uso de óculos. Contudo, com o avanço do ceratocone, essa ferramenta pode não ser suficiente e outras alternativas precisam ser analisadas.
As cirurgias para a correção da doença são uma grande conquista da oftalmologia e têm ajudado inúmeras pessoas ao redor do mundo. Atualmente, dois tipos de cirurgia de ceratocone são realizadas: o implante do anel intracorneano e o crosslinking da córnea. Entenda, em seguida, como funcionam.
Implante de anel intracorneano
Uma das técnicas mais utilizadas é o implante do anel intracorneano. É indicado para indivíduos que têm intolerância à lente de contato e permite que o caso não evolua para necessidade de transplante de córnea.
A cirurgia é feita com anestesia local e dura, em média, 30 minutos. O indivíduo tem alta no mesmo dia e os resultados podem ser percebidos na primeira semana. Durante o procedimento, o cirurgião usa um laser de alta precisão, criando um túnel no interior da córnea. Em seguida, acontece o implante do anel.
Crosslinking da córnea
O crosslinking da córnea tem como objetivo aumentar a resistência e a estabilidade da córnea, impedindo, dessa maneira, a progressão da doença. O procedimento é indicado para indivíduos que têm histórico de progressão do ceratocone.
A cirurgia tem duração de, aproximadamente, uma hora e ocorre com aplicação de colírio anestésico. O procedimento funciona da seguinte maneira: é empregado o colírio de vitamina B2 que, associado à luz UVA emitida por uma fonte, aumenta a ligação das fibras de colágeno da córnea.
A recuperação ocorre de forma gradativa e deve ser avaliada a cada mês pelo oftalmologista.
Em suma, é importante lembrar que os procedimentos oftalmológicos, como a cirurgia de ceratocone, são extremamente seguros e as taxas de sucesso são altíssimas.
Quer saber mais? Estamos à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficaremos muito felizes em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do nosso trabalho como
oftalmologistas em Belo Horizonte!