Algumas patologias dos olhos podem estar associadas a outras alterações no organismo. Um exemplo é a oftalmopatia de graves. Essa condição pode ser provocada por alterações na glândula tireoide, como o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. A seguir, você irá conhecer as possíveis causas e os fatores de risco relacionados a essa condição.
O que é oftalmopatia de graves?
Essa é uma manifestação extratireoidiana da doença de graves. Ocorre devido a um processo que afeta os músculos extraoculares e os tecidos da órbita.
É uma doença autoimune crônica que se caracteriza pelo deslocamento do globo ocular para a frente. O globo ocular fica com aspecto saltado e prejudica a oclusão da pálpebra quando o paciente está dormindo. Pode ocorrer em um olho ou em ambos os olhos. É mais frequente dentre pacientes de 20 a 50 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. 80% dos casos ocorrem em mulheres.
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico é realizado por meio de exames oftalmológicos, clínicos e de imagem em conjunto com as queixas do paciente. A doença se manifesta por diversos sinais. São eles: proptose, retração palpebral, sensação de areia nos olhos, córnea exposta, compressão do nervo óptico, diplopia, exoftalmia. A fibrose pode causar estrabismo. Em casos mais graves, ocorre a perda total ou parcial da visão.
Em 5% dos pacientes, o aumento dos músculos pode levar à neuropatia óptica compressiva. A doença se divide entre leve, moderada e grave. Na 1ª fase, que dura entre 6 e 24 meses, as alterações orbitárias evoluem. Na 2ª, inicia-se a fase sequelar.
Qual é o tratamento adequado para essa condição?
Em caso de problemas na tireoide, o tratamento deve ser em conjunto, com o oftalmologista e o endocrinologista. Serão indicados medicamentos para o controle ou, até mesmo, a cirurgia de remoção da glândula. Em outros casos, o tratamento é feito por meio do uso de lubrificantes oculares. O colírio ajuda a reverter as alterações na superfície ocular. Se não houver melhora no quadro, a indicação é a cirurgia de correção, junto à radioterapia. A doença evolui lentamente e se estabiliza. São raros os casos em que há resolução espontânea da condição.
Tratamento na fase ativa: cirurgia de descompressão orbitária em casos de neuropatia óptica. Em alguns casos, radioterapia.
Tratamento na fase sequelar: em casos leves, o paciente terá apenas cuidados gerais oftalmológicos. São eles: uso de óculos escuros, pomadas, colírios e gel lubrificante. Para pacientes fumantes, a interrupção do tabagismo é necessária, pois esse é o principal fator de risco para a doença. Esses cuidados também auxiliam no tratamento na fase ativa. Em casos graves, é indicada a cirurgia para correção das deformidades.
Se você foi diagnosticado com a oftalmopatia de graves, não deixe de realizar o acompanhamento médico periodicamente. Siga as orientações e cuidados necessários para eliminar os possíveis desconfortos. Mantenha os exames em dia. O tratamento do hipotireoidismo também irá aliviar os sintomas da doença.
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